sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Mulher, o elo que fortalece


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Foto de: http://portaldamaconaria.blogspot.com.br/2010/05/cristiane-lopes-palestra-mulher-na.html
A família maçônica está em crescimento e todos da família do maçom podem ser ativos em suas ações paramaçônicas. Existem muitas ordens femininas associadas com a Maçonaria regular, como a Maçonaria Feminina, Ordem das mulheres maçons, a Ordem da Estrela do Oriente, a Ordem de Amaranth, a Ordem Internacional do Arco-Íris para Meninas, Santuário Branco de Jerusalém, a Ordem Social de Beauceant, Filhas do Nilo, Filhas de Jó, incluindo as esposas, filhas, mães e viúvas, por exemplo. 

“Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gênesis 2:18)

A presença feminina passou de um elemento secundário a algo extremamente importante na sociedade atual, sendo agora muita das vezes protagonista. Algumas culturas associavam a figura feminina ao pecado e à corrupção do homem, outras associavam a figura feminina à ideia de uma fragilidade. A figura da mulher como a esposa, a mãe, a fada do lar, mas que não tinha poder de decisão sobre o património nem sobre a educação dos filhos, sendo responsável exclusivamente pela família em aspectos domésticos, o que hoje é cada vez mais raro. As mulheres vêm aos poucos vencendo as batalhas adicionadas e aumentando o seu espaço nas estruturas sociais e assumindo cargos importantes em empresas, por exemplo.
Apesar das melhorias no que diz respeito a igualdade entre gêneros, ainda há o preconceito da mulher como líder, sempre sendo referida aos trabalhos domésticos, a menores salários e a consequente sobrecarga de função. Além da desigualdade latente que existe em vários âmbitos, a mulher sofre um monitoramento constante de suas atitudes, sofre com violência, física e moral, o que mostra a necessidade de lutar pelos seus direitos. Ainda existem muitos desafios a serem enfrentados para a efetivação de uma sociedade mais igualitária, o que é uma missão a ser concluída por toda a sociedade, tanto pelas mulheres quanto pelos homens.
            Estudando cada vez mais e estando preparadas para assumir outras funções no mercado de trabalho, funções de comando e liderança. Afirmando que a mulher de hoje tem uma maior autonomia, liberdade de expressão, bem como emancipou seu corpo, suas ideias e posicionamentos outrora sufocados. Em outras palavras, a mulher do século XXI não é mais a coadjuvante da sociedade, ela possui novas liberdades, possibilidades e responsabilidades, tendo voz ativa e senso crítico. Ela abandonou a imagem de inferioridade diante da figura masculina nos mais diferentes âmbitos da vida social.
É nesta sociedade em constante mutação que encontramos a mulher se destacando em todos os âmbitos e procurando sempre agregar valores diferentes em seu lar, família e sociedade, acordando para a importância de sua presença em todos os aspectos, incluindo a maçonaria.
A mulher é considerada o único ser onipotente, em nossas vidas, pois nascemos do útero de uma, morreremos nos braços de outra. Entre um evento e outro, em nome delas construímos a civilização e seus destinos. Nunca chegamos a compreendê-las. A natureza, para nosso alívio, nos poupou dessa missão impossível: cabe-nos apenas amá-las e respeitá-las. E o maçom deve honrar toda mulher, parente ou não. Ela deve ser tratada como um ser humano virtuoso e obra maravilhosa do Criador. Na Maçonaria é dedicado um lugar de destaque à Mulher, buscando unir as esposas, filhas e viúvas de maçons.
A Maçonaria dedica à família o melhor de suas atenções e apesar da mulher não participar diretamente dos trabalhos maçônicos, ela é a maior estrela brilhante neste universo. A mulher participa desde do ingresso do Candidato na Ordem, porque se as mesmas não concordarem, eles não terão ingresso e ao iniciar na Ordem Maçônica, é entregue a mulher dois pares de luvas brancas, sendo um par para nosso uso e o outro para a mulher que mais estimamos, simbolizando de pureza, candura e a inocência. Quando usadas pelo homem, devem relembrar-lhe a mansidão e a pureza a que está obrigado, e aquelas entregues à mulher simbolizam que o Maçom deve ter consideração pelo belo sexo, presenteando-as não à mulher que mais ama, mas aquela que considera mais digna de ser.
A sensibilidade feminina, é o grande dom para o desenvolvimento de um perfeito trabalho filantrópico, pois somente a mulher é capaz de aliar a razão e o coração, a compreender as carências dos mais necessitados e sobretudo utilizar a sua perseverança em busca de melhores soluções. A mulher é dotada de uma inteligência mais refinada, o que não causa conflito com o homem, mas que o faz perceber que ele necessita de seu trabalho complementar de extrema importância. Como na sociedade de hoje onde tudo depende de parcerias, a mulher geralmente é o elo da corrente, e cada dia mais vem conquistando novos espaços em todos os seguimentos, e consequentemente aumentou o seu grau de participação inclusive dentro da ordem.
Para que tudo ocorra de fora linear as mulheres, ou acácias, devem estar cientes da sua participação e estarem sempre prontas, para participar de evento, seja festivo ou filantrópico e de forma decisiva trabalhar em prol do bem-estar social das classes menos favorecidas da nossa sociedade, ajudando a teremos um mundo melhor. É sabido que a mulher ocupa um espaço de grande importância para um trabalho bem-sucedido, mostrando que não disputam um lugar com o homem, é aceito as diferenças, mas destacando cada um o seu valor, se completando. A certa confirmação que o Criador do Universo é sábio e perfeito e que as diferenças são muito bem-vindas.
            Na Maçonaria Brasileira não se admite a Iniciação da mulher, mas há organizações maçônicas de mulheres, inclusive no Brasil; mas não são reconhecidas pelas chamadas Potências Regulares, onde são tratadas com grande relevância porque entendemos que a mulher é o pólo basilar da família.
Existe casos de admissão da mulher pela Maçonaria, por exemplo, no século XVIII Elizabeth Aldworth (nascida St. Leger), na Loja Doneraile House, número 44, existindo também outros relatos A Loja Cayrú, número 762 do Rio de Janeiro, consta uma primeira menção sobre a presença feminina no ano de 1918, destacando a presença das Famílias e falando também da igualdade dos direitos da mulher e deram a liberdade para as cunhadas que queiram pertencer, dando apoio. Mas todo direito gera um dever e o Departamento Feminino da Loja Cayrú mantem essa máxima e cada um faz o que pode dentro de seus limites, os objetivos são alcançados e elas são vencedoras e fortalecem os laços, além de participar das atividades extramural dos trabalhos maçônicos em Loja. Um grande exemplo do que é seguido por outras lojas maçônicas em todo o país.
Tradicionalmente, o trabalho da mulher nas entidades paramaçônicas (“paramaçônico” significa “estar ao lado do trabalho maçônico”), quer auxiliando na ornamentação dos Templos, comparecendo nas sessões públicas (brancas), nos almoços e jantares festivos, chás beneficentes e outros eventos, preparando as festividades e participando de viagens de visitação, tanto nos trabalhos manuais, que são distribuídos para pessoas carentes e em de assistência e benemerência (sempre praticados pela Instituição maçônica), como na elaboração de trabalhos intelectuais, pois, além de tudo, a Maçonaria tem vivo interesse na preservação da família. A atuação feminina é necessária para promover uma estreita aproximação dos familiares com a Maçonaria e desmistificando que a condição de que o Maçom deve ser ocultada aos próprios familiares.
O conceito moderno de Maçonaria envolve toda a família natural do Maçom. Há um dito popular que nos adverte: “lembre-se, se você precisar de uma mão amiga, vai encontrá-la no final de cada um de seus braços”. Entretanto, a Ordem Maçônica afirma que mãos devem uma ajudar a si mesmo e a outra ajudar aos outros, deve fornecer um convívio fraterno, um ombro amigo, compartilhar a dor e também alegria.
A adoção de uma Ordem Paramaçônica permitiu que mulheres trabalhassem nos mesmos propósitos que os Maçons, porém em outro ambiente, sendo elas meninas, viúvas, esposas, irmãs ou mães de um Maçom. Ela fornece ensinamentos baseados na Bíblia e atende principalmente as atividades morais ou de caridade. Cada uma com seus, rituais, fundamentos bíblicos, mas principalmente auxiliando os trabalhos e mostrando que unindo a sua família à família existe uma força maior na luta por um mundo melhor.
A harmonia dos trabalhos que se unem para um bem comum respalda que a Maçonaria só nos traz alegrias, é um sinal de idoneidade, amizade, bem querer e preparo para toda a vida. Está é uma família por afinidade de pensamentos e atitudes, vivendo em harmonia, servindo e ajudando os nossos semelhantes e buscando o nosso aprimoramento como seres humanos.



Texto publicado em: 
GOMES, E. M. ; CARVALHO, J. M. F. ; CARVALHO, M. M. F. . Mulher, o elo que fortalece. In: Gomes, Eugênio Maria. (Org.). Obreiros do Conhecimento - Literatura Maçônica da A.R.L.S. Obreiros de Caratinga.. 1ed.Caratinga - MG: FUNEC, 2017, v. 5, p. 229-234.